Costurarei calças pretas com o veludo da minha garganta e uma blusa amarela com três metros de poente. Pela Niévski do mundo, como criança grande, andarei, donjuan, com ar de dândi. Que a terra gema em sua mole indolência: "Não viole o verde de as minhas primaveras! "Mostrando os dentes, rirei ao sol com insolência: "No asfalto liso hei de rolar as rimas veras! "Não sei se é porque o céu é azul celeste e a terra, amante, me estende as mãos ardentes que eu faço versos alegres como marionetes e afiados e precisos como palitar dentes! Fêmeas, gamadas em minha carne, e esta garota que me olha com amor de gêmea, cubram-me de sorrisos, que eu, poeta, com flores os bordarei na blusa cor de gema!
Um comentário:
Costurarei calças pretas
com o veludo da minha garganta
e uma blusa amarela com três metros de poente.
Pela Niévski do mundo, como criança grande,
andarei, donjuan, com ar de dândi.
Que a terra gema em sua mole indolência:
"Não viole o verde de as minhas primaveras!
"Mostrando os dentes, rirei ao sol com insolência:
"No asfalto liso hei de rolar as rimas veras!
"Não sei se é porque o céu é azul celeste
e a terra, amante, me estende as mãos ardentes
que eu faço versos alegres como marionetes
e afiados e precisos como palitar dentes!
Fêmeas, gamadas em minha carne, e esta
garota que me olha com amor de gêmea,
cubram-me de sorrisos, que eu, poeta,
com flores os bordarei na blusa cor de gema!
Vladimir Maiakóvski
Tradução: Augusto de Campos
Postar um comentário