sábado, 22 de março de 2008

Mais CARLOS NEJAR (Link aqui)

PRÓLOGO
Carlos Nejar


Nossos dramas quotidianos
não contam
na milícia dos dias.

Iguais às nuvens,
as noites vêm e vão
num redondel ou tubo.
E os reveses são núcleo.
Qualquer gota
nos filtra.
O extravio
é nossa identidade.
Nosso número.

Tudo sucede
a tudo
e nós, humanos,
não nos sucedemos.
Nos sucedem.
E o sangue
é a cal
do sangue,
sua província.

Só vinga
o que adubamos
com folhas de abandono.

Tábuas de rebelião.
Tábuas de dor,
nós somos.
Tábuas, tábuas
do universo inviável.

Tudo sucede
a tudo.
Sem vestígio.

Insubmissos ,
nosso amor remonta
aos astros.
E é o desequilíbrio.

2 comentários:

Diniz Neto disse...

Minha lindíssima!
Viver é isso aí.
Simples e mágico.

Diniz Neto disse...

"Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado."

Minha estrela-guia navega a luz deste abraço infinito.